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Na campanha, havia respostas. |
Nunca antes neste País se viu uma campanha tão sistemática e nacional de notícias dirigidas pelos grandes órgãos de comunicação contra um governo recém eleito, o principal partido de sustentação deste e contra os militantes desta agremiação. Mesmo já passadas as eleições o clima continua de disputa, necessitando uma resposta petista a altura, similar a que desenvolvia no período de campanha.
Nesta batalha, a grande mídia recorre a um vale tudo, caracterizado por uma série de sucessivas notícias com conteúdo falso, deturpados, parciais, exagerados, replicados nas agências de notícias e em diversos órgãos de comunicação que são manipulados com datas precisas para serem divulgadas.
Como na mentirosa matéria: “Eles sabiam de tudo!” publicada pela Revista Veja, na véspera das eleições, pela Revista Veja aludindo a existência um depoimento ao MP e a PF do doleiro em referência à Dilma e Lula, transcrevendo um trecho deste depoimento. Uma falsidade armada.
Pari passu, ainda em fim de semana antes das eleições, o jornal O Globo divulgou
matéria afirmando que o doleiro, no dia 21 de outubro dera um depoimento sem comprometer Dilma e Lula, mas, no dia 22 de outubro, teria retificado o depoimento e declarado que Lula e Dilma sabiam de tudo. Era FALSO, não houve este depoimento e nem retificação de forma alguma.
Outras notícias foram armadas, como a da Folha S. Paulo que dizia “Doleiro nome Lula e Dilma” e do Estado de S. Paulo afirmando Lula teria ordenado o pagamento a uma agência de publicidade, com dinheiro da corrupção da Petrobrás. FALSAS notícias e da mesma semana.
O jornal “O Globo”, em letras garrafais, público na sexta-feira (24/10), “Oposição vai à PGR pedir investigação contra Dilma e Lula sobre corrupção na Petrobrás”, em letra um pouco menor segue: “pedido será entregue nesta sexta-feira. Doleiro teria dito que o Planalto sabia do esquema de corrupção na estatal”.
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Estas notícias manipuladas, com conteúdo falso, foram reproduzidas, com a exibição bombásticas da capa Veja em praticamente todos os meios de comunicação de massa da grande imprensa. A ela se somavam declarações com manchetes garrafais como: ‘” Lula está com um pé na cadeia’, diz jornalista sobre revelações bombásticas de Yousseff, em vídeo da revista Veja, de sexta-feira (24).
Atitude não muito distinta foram armadas em relação às referências inexistentes até então em relação ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que, conforme a imprensa, estaria totalmente comprometido por delatores. Eram factoide, como se a mídia quisesse pautar o Juiz Moro, que preside o inquérito em Curitiba, Paraná.
Somente dia 30 de outubro de 2014, após a apuração das eleições com a vitória de Dilma Rousseff, a Globo efetivamente reconhece que a matéria errara e que não houvera depoimento do dia 22 de outubro comprometendo Dilma e Lula.
O PT e a própria presidenta não ficaram inertes, reagiram com respostas aos ataques e em busca de decisões judiciais, inclusive com direitos de resposta, como o obtido após a publicação da Veja e a forma de manifestação da oposição.

Por outro lado, a grande imprensa não dá o mesmo destaque para matérias que seriam interessantes a opinião pública saber, como a de que delegados da Polícia Federal que apuram o caso, fizeram campanha para Aécio Neves, que a esposa do Juiz Moro assessora o PSDB e advoga para multinacionais do ramo do Petróleo que seriam beneficiadas em privatização da Petrobrás, que houve pressão de congressistas sobre a questão de seus nomes aparecerem na lista dos beneficiados com o esquema de corrupção na Petrobrás, que o esquema de corrupção na Petrobrás já ocorria na época do Governo FHC, que a Petrobrás ainda consegue dados recordes de produção, que o índice de inflação em série histórica menor do que de FHC e Lula, que distantamente que a grande mídia publicou Barusco não disse que o PT ilegalmente recebeu R$ 200 milhões de empreiteiras, que era impossível no espaço ocupado haver 6 pessoas por metro quadrado na manifestação da avenida paulista de 15 de março, que a ditadura militar era um regime corrupto, etc.
Há ainda uma manobra da imprensa em desconstruir a dimensão das medidas anticorrupção tomadas por Dilma Rousseff e Lula que receberam elogios de especialistas nacionais e estrangeiros, inclusive quando coloca como crime a corrupção ativa, ou seja, agora se pode punir também o corruptor, que ficava impune e que, graças a nova legislação, é possível maior aprofundamento das investigações dos atos de corrupção na Petrobrás, no CARF e até do HSBC.
Além disto, lembro que, durante o julgamento da Ação Penal 470, o Partido dos Trabalhadores se mostrou tímido, pensando que a único ilícito que seria atribuído alguns poucos dirigentes do PT seria de caixa 2, que não era crime, mas simples ilícito financeiro, com punibilidade reduzida.
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Ditadura: repressão e corrupção |
Eis que na condenação final, mesmos com provas tendenciosas ou insuficientes, valendo de deturpações da teoria do domínio do fato, foram condenados diversos petistas e até no crime de formação de quadrilha.
Até agora, novamente, nota-se que a Direção petista e Governo timidamente enfrentam a manipulação da mídia, na orquestrada ação desta contra petistas e a presidenta Dilma e na tentativa de criação de divisões no seio do governo, o que pode resultar até num golpe de estado contra a Presidenta reeleita democrática e legitimamente e, certamente, na condenação dos petistas indiciados, mesmo que haja falta de provas e nenhuma ilicitude nas obtenções de financiamento de campanhas.
Dada principalmente a timidez petista e do governo, hoje, em pesquisas de opinião é possível constatar um baixo índice de aprovação da Presidenta e do PT.
Assim é de se esperar que o PT não fique acuado e se reorganize, até com rejeição da política de se recorrer a financiamento empresarial de campanha, realize um novo Processo de Eleições Diretas interno, e quiçá externo, para escolha de novas direções capazes de responder a esta conjuntura, crie e use canais democráticos de participação interna e mobilize também a sua militância, não deixando de lado o fato que a direita organiza e capitaneia manifestações. Por outro lado, é necessária uma ação enérgica do Partido para manter uma efetiva, eficiente e eficaz política de comunicação que consiga desmentir as manobras caluniosas, difamadoras e condenadoras da mídia.
Já ao Governo, cabe cuidar também manter a unidade de seus membros e formar sua área de comunicação com pessoas realmente dispostas a contrapor a batalha midiática golpista.
Hudson Cunha
do blog Bem Visitado
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